segunda-feira, 13 de abril de 2009

ENTREVISTA

MÁHMIS

Participante de três edições do Jogo "Big Brother Bubu", que abandonou a atual versão, explica os motivos para tal atitude.

Coloca seus principais pontos de vista e apresenta um "Máhmis" mudado, evoluído.
"Minha prioridade no momento é estar em paz comigo."

Guerreiro, batalhador e real, não hesitou em participar, inclusive, da edição onde a maioria dos participantes era do "grupo héterossexual" - e foi além -, chegando na final.

No BBB4, não resistiu às primeiras semanas. Mais por prioridades pessoais do que o jogo e si.
"Em outra época eu iria querer comprar briga, mas nessa fase atual, onde quero me preservar, preferi sair e me poupar de certos comentários, do que ficar servindo de escada pra recalques alheios."





THE SUNGAY TIMES ENTREVISTA,
ESPECIAL BIG BROTHER BUBU - A ELIMINAÇÃO



TS: Você participou de outras edições do jogo. O que o BBB4 teve de diferente para que você o deixasse? Algo do jogo ou em você mudou?

M: Participei de 3 edições do jogo e em cada uma com pessoas diferentes e em fases diferentes da minha vida. Nesse BBB 4 eu sabia que seria o mais difícil dos jogos, pelos participantes que estão dentro da casa, por terem muita personalidade. Antigamente eu adorava ficar na casa para arrumar briga e tentar vencer, mas a minha prioridade no momento é estar em paz comigo.


TS: Cite alguns pontos positivos e negativos dos anteriores (que você esteve presente) e os mesmos pontos do BBB4.

M: O BBB 2 foi uma delicia, pois era o primeiro. Conheci pessoas super bacanas, era novidade; o lado negativo foi que todos meu amigos saíram rápido e eu tive que chegar na final sozinho. No “BBB Sou pra casar”, eu não conhecia 90% da casa. Era um jogo com a maioria sendo heterossexuais, então pra eu conseguir meu espaço ali foi mais difícil, mas consegui me adaptar super bem, joguei muito bem e consegui chegar na final. Fiz grandes amizades, como a Mah e Sussu. No BBB 4 eu já conhecia todos, praticamente, sabia como eram as peças. De positivo, somente os poucos que eu não conhecia e passei a conhecer como Danilo, Marc,Rafael, Edson e Lukinhas; agora, de negativo são muitos: a briga de Egos é absurda.


TS: “Melhor do que começar, é saber a hora de parar.” O que houve?

M: Na verdade foi algo que eu não esperava, me deparei com pessoas que mal me conheciam colocando coisas particulares minhas de uma forma ofensiva e eu não admito isso. Se fosse em outra época eu iria querer comprar briga, mas nessa fase atual, onde quero me preservar, preferi sair e me poupar de certos comentários, do que ficar servido de escada pra recalques alheios.

Pessoas que precisam disso pra viver sabe? Se alimentam da maldade e acham que isso é ter personalidade.


TS: “O jogo não leva ninguém a nada”. Você entrou, se divertiu, mas chegou a hora de parar. O que você pretendia no jogo. E mais: O que conseguiu e o que deixou pra trás em conta de sua saída?

M: Eu pretendia jogar como joguei nos outros, com panelinhas, com brigas, mas de uma forma limpa. Tem gente jogando muito baixo ali dentro... Eu tinha grandes intenções de chegar na final, e grandes chances. Talvez pela bagagem de 2 Big Brothers Bubu facilitaria a minha forma de jogar.

Acho que consegui deixar minha marca de certa forma. Consegui manter minha integridade, consegui ser fiel a mim e aos meus amigos. Com minha saída, deixei pra trás algumas pessoas arrogantes, que precisam desse mundo pra sobreviver. Acho que ajudei muita gente saindo, pois eles perderam um grande jogador.


TS: Xandi "Bial" declarou:“A decisão tomada não se volta atrás...” Você, em algum momento, pensou em voltar?

M: Eu sabia que poderia me arrepender mais pra frente, pois eu ADORO esse jogo! Mas não me arrependi porque eu realmente achei que não dava pra mim. Eu iria me desgastar demais.

Não me arrependo, também, porque minha mãe pediu para eu sair do jogo, para eu não me expor, pois não precisava me expor às grosserias e maldades.


TS: Antes do jogo, você era descontraído, nunca ligou – ou pelo menos não se notava – quando alguém falava mal de ti. Você mudou a forma de pensar em relação a determinada pessoa depois dos acontecimentos recentes? Alguma surpresa (positiva) e/ou alguma decepção, por que?

M: Eu sempre adorei uma briga, não vou negar. Antigamente eu saia brigando com todo mundo, explodia, mas hoje, antes de brigar, eu penso se tem alguma finalidade e se aquela briga vai me acrescentar em algo. Tive algumas decepções pelo fato de coisas particulares minhas terem sido expostas, chegando aos ouvidos de pessoas que eu não tenho contato, ou seja, alguém de minha confiança espalhou e eu não sei lhe dizer quem foi. Hoje nem quero saber, coloquei uma pedra na história. Nem digo decepcionado, mas um pouco triste de como as pessoas estão levando a sério esse jogo, querendo ganhar. Todo mundo quer, mas tem gente bitolada e deixando valores de lado.


TS: Se te encontrarmos na balada, veremos um Máhmis mudado?

M: Na balada ainda é difícil porque lá eu vou realmente para me divertir, curtir e me distrair... Embora eu queira me expor menos na balada, acho que poderia me poupar um pouco mais. Mas esse é um processo meio lento, já que na balada estamos com efeito de bebidas e afins... [risos] Já no meu dia a dia se nota a diferença sim, tanto que amizades próximas perceberam, e muito, a mudança.


TS: Aproveitando que falamos de BBB4, pessoas, atitudes, um querendo puxar o tapete do outro... Como você vê essa banalização - leia-se da homossexualidade -, nos dias atuais? As mudanças desde sua primeira participação na comunidade.

M: Eu não vejo grandes avanços no mundo gay em relação a certas atitudes, ainda vejo que existe muita intriga, muita maldade, muita falsidade e futilidade... A diferença acho que partiu de mim. No começo, quando não conhecia direito esse mundo, eu deixava me afetar mais com a maldade. Quem já foi obeso e cheio de espinha, deve saber do que to falando. Sofri muito no inicio, foi complicado, mas hoje em dia eu consigo lidar muito melhor, já são quase 4 ou 5 anos de mundo gay. Aprendi a conhecer a comunidade e, também, a me proteger mais.

Não pode se deixar levar por certas pessoas, que ainda são ignorantes e adoram ofender os outros. Hoje sei me defender muito melhor. A mudança foi no meu particular, que refletiu no externo.

Todo lugar existe gente maldosa, não só no mundo gay. O que eu acho é que no mundo gay a concorrência é muito maior; a necessidade de ser e aparecer mais do que o outro.



TS: Como foi que você "descobriu" ser gay?

M: Eu sempre tive a "tendência"... Mas eu me descobri com uns 14 pra 15 anos. Sempre entrava em salas de bate papo pra ver fotos, essas coisas. Mesmo assim, nunca me achei "gay"; talvez meu consciente travava isso, não conseguia admitir até que em uma dessas salas eu conheci um garoto do Paraná e me apaixonei. Aí percebi que além de carnal, existia o interesse emocional.

A partir daí assumi pra mim, com aquelas dúvidas que a gente tem no começo, mas foi só depois que meu pai faleceu que eu realmente consegui me aceitar 100% e contar para minha familia.No começo foi complicado, porque eu estava numa fase "adolescente rebelde", tinha muito atritos com a minha mãe, por ela ter aquela proteção de mãe, ficava preocupada de eu me machucar, da sociedade, enfim. Grande parte da minha família é de homens e mais velhos. Existia muito preconceito. Um dos meus 2 irmãos, que são mais velhos, não olhava na minha cara de início; da parte dos meus primos, senti a diferença pelo fato deles não saberem como me tratar daquele momento adiante. Mas eu fui conquistando meu espaço, fui quebrando certos esteriótipos, conquistei o respeito de todos e hoje levo meus namorados em festa de familia, tenho uma vida normal. E com a minha mãe é mais do que respeito, é uma admiração. Uma compreensão e cumplicidade tremenda. Ela me ajudou muito nessa estrada, e me ajuda até hoje.

Fui abençoado, não só pela minha mãe, mas pela família maravilhosa que eu tenho, que me respeita, me apóia e me aceita. Se não fosse o apoio deles, talvez eu teria conflitos internos até hoje.



TS: Com sua saída da casa, deixando colegas, amigos e novas experiências, lembrando que você era um dos favoritos, quem são os outros candidatos? Quem é o seu favorito?

M: Tem quatro pessoas na casa que tenho um carinho enorme, e que não é de hoje, vem antes mesmo do BBB, são amizades de anos. São o Rick, Markitus, Jessika e Rodrigo. A nossa famosa "panelinha".

Mas ela existe mais por causa de amizade, do que o jogo em si e nossa intenção real era nos proteger e votar juntos. Ficarei feliz se um deles que ganhar, mas não posso negar minha torcida maior pelo Rodrigo, que é mais do que um amigo pra mim, é um irmão que eu confio e amo demais.

Tive um desentendimento com o Decko e não posso dizer que a minha saída não foi relacionada a esse desentendimento. Eu NUNCA gostei da postura do Decko na comunidade, sempre achei ele arrogante, prepotente e um tanto mal amado. Essa necessidade de ofender, de ser baixo e grosseiro pra mim só demonstra o quanto ele é fraco e carente.

Uma pessoa que precisa expor os acontecimentos da sua vida na comunidade pra dizer "Olha como sou sincero, olha como a minha vida é um livro aberto." pra mim não passa de uma fraqueza de alguém que quer chamar atenção; e já que não consegue pelos motivos corretos, apela pros motivos errado. Quem realmente é, não precisa ficar expondo.
Personalidade pra mim é saber quem é, o que é, e não ter a necessidade de se expor. Até porque todos sabem que pessoalmente não é NADA disso. Na verdade eu não gosto de julgar as pessoas antes de conhecê-las, talvez eu tenha julgado ele errado na primeira vez, quando disse as coisas na caixa da verdade. Mas tive a oportunidade de conhecê-lo e tentar mudar minha opinião sobre. Confesso que tinha mudado, e particularmente eu não queria briga . Mas ele voltou a demonstrar do quanto ele precisa da internet e do orkut para ofender os outros e tudo que eu pensava sobre ele voltou a se confirmar. Até tentei conversar com ele em particular, mas ele preferiu continuar na sua forma de agir da qual eu não concordo. Mas enfim, pessoas diferentes, personalidades diferentes, mundos diferentes, e essa é realmente a última vez que falo sobre ele, porque nossa relação não vai acrescentar em nada, nem ele tem a me acrescentar, nem eu a ele. Que seja muito feliz da forma que ele achar certo, e que nossa briga acabe por aqui.
Eu só quero finalizar expondo que frequento a comunidade há mais de 2 anos, mas nunca fui um membro tão presente. Apareço de vez em quando lá e conheci muitas pessoas bacanas durante esse tempo. Já tive brigas, já tive desentendimentos, enfim, mas o melhor de tudo que é durante todo esse tempo consegui fazer muitos amigos, conheci muita gente bacana, e consegui adquirir respeito! Muitas pessoas ali me conhecem e tenho certeza que serão poucas as que vão falar mal de mim, isso porque conquistei meu espaço sendo eu mesmo, sem a necessidade de ofender ninguém. Não vai ser agora, com pessoas que chegaram com más intenções, que terei minha imagem denegrida; nem meu brilho será apagado, pois foi com carinho e anos que consegui conquistar o meu espaço.


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Muito obrigado pela atenção, simpatia e alegria, durante a entrevista.
À disposição,

The SunGAY Times

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